Bichos // Questão de coração

Publicado em 28/03/10 no Pernambuco.com

Fique atento aos sinais dados por seu animal. Cansaço, apatia, dificuldade de respirar e outros sintomas facilmente confundidos com o resultado do envelhecimento podem significar uma doença cardíaca

Com o aumento da expectativa de vida dos animais domésticos, formou-se uma grande população idosa de cães e gatos sujeita às complicações inevitáveis causadas pela idade avançada. Entre as patologias que acompanham o envelhecimento, estão as doenças cardíacas e as variações na pressão sanguínea - cada vez mais comuns nos consultórios veterinários. Infelizmente, as cardiopatias não têm cura, nem mesmo podem ser evitadas. Mas, se descobertas a tempo, o tratamento é capaz de evitar consequências mais graves. Os sintomas são discretos: apatia, dificuldade para respirar, cansaço, todos sinais que podem ser interpretados como resultado do envelhecimento. Se os donos não notarem a gravidade da dor do animal cedo, a espera por sintomas mais definitivos pode ser fatal.


Tchula deu um susto em Camila Pereira: um edema pulmonar quase matou a cadelinha Foto: Valério Ayres/Esp.CB/D.A Press
Por pouco Tchula escapou das severas consequências de um coração defeituoso. Há algum tempo que a poodle de 13 anos já não era mais a mesma dos tempos de filhote, mas o desânimo sem explicação que acometeu a cachorra recentemente passou a preocupar a família. "A gente pensou que poderia ser cansaço da idade, mas ela parou de comer, e aí não sabíamos se era fraqueza causada pela falta de alimentação", conta a química Camila Pereira, 23 anos, uma das donas da cadelinha. Após várias tentativas frustradas de alimentar a poodle desanimada, sinais mais graves começaram a se manifestar. "Ela ficou com a língua roxa, cambaleando, não dormia nem conseguia respirar. De um dia para o outro, ela ficou assim". Uma visita ao veterinário foi o suficiente para descobrir que a causa de tanto sofrimento era um edema pulmonar - acúmulo de líquido nos pulmões, que fora causado por uma insuficiência cardíaca.

Com a medicação indicada pelo veterinário, foi possível eliminar todo o líquido que dificultava a respiração de Tchula, mas ainda era preciso descobrir o que havia causado o susto. Foi necessária uma bateria de exames, como eletrocardiograma, raios X e exame de sangue, para chegar à conclusão de que o que prejudicava o coração da cachorra era uma endocardiose dimitral - disfunção na válvula cardíaca que pode causar um aumento do órgão ou ter consequências ainda mais sérias.

"Recomendamos uma avaliação cardiológica completa nos animais a partir de seis anos. Mas o que mais define o diagnóstico é a história clínica do paciente, por isso é muito importante que o dono fique atento ao que está acontecendo", alerta o veterinário Leonardo Correa. Os exames recomendados variam desde a simples auscultação do coração ao eletrocardiograma, raios X torácico e ecocardiograma.

Se um desses exames apontar algum tipo de cardiopatia, é fundamental que a família esteja preparada para lidar com a doença para o resto da vida do animal. Como algumas das cardiopatias mais comuns exigem procedimentos complexos e de difícil recuperação, o caminho mais seguro é geralmente o medicamentoso. "Dependendo do caso, os passeios têm de ser mais leves, e a ração deve ser mudada para um tipo prescrito, com vitaminas e pouco sódio", explica Leonardo.

Essa mudança de rotina atingiu toda a família de Max, diagnosticado com uma cardiomiopatia dilatada há cerca de oito meses. No ano passado, acúmulo de líquido na região abdominal e tosse foram o alerta para que Lucia Helena, 51, descobrisse que algo não estava certo com seu animal de estimação. "Ele estava enorme. Como é muito peludo, a gente não percebia", conta a vendedora.

Agora que todos os sintomas foram tratados e Max não apresenta mais dificuldades para respirar, cabe a todos os moradores da casa se manterem alertas para que o cãozinho permaneça saudável.

Cardiopatias mais frequentes

Endocardiose da válvula mitral

» Mais comum nos cães, geralmente atinge a válvula esquerda do coração, causando uma insuficiência cardíaca congestiva - acúmulo de líquidos que aumenta o volume do coração e afeta também os pulmões. Essa doença normalmente atinge cachorros de pequeno porte, como poodles e yorkshires.

Cardiomiopatia dilatada

» Causa o aumento do coração, deixando-o com menos força de contração. O órgão, então, tem de bater mais vezes para mandar a quantidade de sangue necessária ao organismo. Os sintomas mais visíveis são o cansaço e o acúmulo de líquido no abdômen. Os mais atingidos pela cardiomiopatia dilatada são os cachorros.

Cardiomiopatia hipertrófica

» Com o atrofiamento do miocárdio (musculatura do coração), ele fica mais espesso, e o espaço para a passagem do sangue é reduzido, podendo causar arritmias. Essa doença é mais comum em felinos.

Fonte: veterinário Leonardo Correa

1 comentários:

  1. Anônimo disse...:

    meu nome é Lucia preciso localizar este veterinario Leonardo Correa qualquer informacao me enviem um e-mail para luciaeep@gmail.com minha cadela york esta apresentando os problemas descritos acima e eu estou apavorado preciso de uma orientacao de um cardiologista

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