Direitos dos pets na imprensa

MATERIA PUBLICADA NO DIARIO DE PERNAMBUCO

Primeira agência de notícias em defesa dos animais funciona com participação de 35 colaboradores e conteúdo traduzido para dez idiomas
Edilson Segundo
edilsonsegundo.pe@dabr.com.br


Equilibrar a cobertura jornalística da imprensa brasileira com relação aos fatos que envolvem os animais. Assim é definido o trabalho da primeira Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) do mundo. Criada há um ano pela jornalista recifense Silvana Andrade, 45 anos, o site tem o conteúdo traduzido para dez idiomas e já foi acessado por 75 países. A agência é formada por 35 colaboradores e possui correspondentes nos Estados Unidos, Canadá, América Latina, Europa e Austrália. São promotores públicos, advogados, biólogos, escritores, publicitários, jornalistas, entre outros, que abraçaram a causa, e dividem o tempo entre a profissão e o trabalho voluntário.


Jornalista Silvana Andrade, criadora da ANDA, diz que o intuito da agência é educar Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
De todo o material publicado no site, metade é produzida pela redação da ANDA e a outra parte das informações são de agências e denúncias da população. "Ainda não temos sede. Cada colaborador escreve de casa e publica. Buscamos a profissionalização e uma redação mais qualificada", afirmou Silvana, que trabalha das 7h à meia-noite, de segunda a segunda. Ela lembra que a agência apoia todas as campanhas realizadas por ONGs e que não é um órgão ativista, como o Greenpeace. "Nossa cobertura tem o intuito de educar. Mostrar que o animal não é agente agressor, mas, sim, vítima".

Sempre apoiando a causa animal, Silvana comenta que, com o lançamento do filme O exorcista, em 1973, o cão da raça dobermann era visto como o cachorro assassino do diabo. "Hoje, a bola da vez, é o pitbull. Eles são treinados para serem violentos. Existe lei que proíbe treinar o animal para ser cão de guarda. Animal não é arma", declarou. "O mesmo aconteceu com o filme Tubarão. O animal não ataca o homem. Aliás, ele não gosta de carne humana. O tubarão morde e solta. A vítima morre de hemorragia", contou.

Entre tantos exemplos, Silvana afirma que a ANDA trabalha para mostrar que o animais têm vez na imprensa. "A imprensa desconhece que o animal tem suas necessidades e direitos. É preciso mudar a ótica", disse. De acordo com a jornalista, quandoacontece um acidente de carro envolvendo um cavalo, por exemplo, não é o cavalo que causou aquela tragédia na estrada. O animal é mais uma vítima. "O dono do cavalo é quem deve ser responsabilizado", alertou.

Para Silvana, um dos fatos que ganhou maior repercussão na agência aconteceu em agosto do ano passado. A notícia contava sobre a decisão que um superintendente do Ibama no estado do Piauí tomou. Depois de fechar um prédio onde funcionava rinhas de galo e apreender os animais, o superintendente decidiu incinerar as aves. "Cento e quarenta aves foram mortas. Primeiro, ele salvou e depois ele mesmo matou. Isso mostra o despreparo das autoridades", comentou inconformada.

Em março deste ano está prevista a realização de um show-manifesto em prol dos animais, em São Paulo. Dezenas de artistas como Arnaldo Antunes, Fernanda Porto, Edgard Scandurra, Jairzinho, entre outros, vão se reunir, voluntariamente, para sensibilizar as pessoas em relação aos direitos animais e à preservação do planeta. Em fevereiro, a agência lançará seu primeiro livro com textos de alguns de seus colunistas.

Serviço:
www.anda.jor.br

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