Serie: Quem faz "Algo mais" - II

Na sequencia da série "Algo Mais", com entrevistas especiais com pessoas que fazem "algo mais" pelos animais em Pernambuco, apresentamos, nesta segunda-feira, a defensora Marleide Luce, moradora do município de Belo Jardim, agreste pernambucano.

Marleide é uma cidadã em todos os sentidos. Daquelas pessoas que sabem o que está errado e vão bater à porta de quem deve resolver. Além disso, sempre foi muito amiga dos animais e briga para que eles recebam tratamento mais humano. Sai com uma câmera fotografando burros e cavalos que transportam carga excessiva, na feira de Belo Jardim, e, inclusive, resolveu pedir ajuda ao antigo promotor da cidade para que os proprietários recebessem uma reprimenda pelos excessos.

Marleide tem formação em Letras, com licenciatura em Língua Portuguesa e Francesa, além de especialização em Língua Portuguesa e Lingüística

Blog: Quando e como começou a se preocupar com os direitos dos animais?

R- Sempre tive muito zelo e carinho pelos animais. Aprendi desde cedo a amá-los e respeitá-los. A vida inteira procurei incutir isso em meus filhos e em meus alunos, também.
Sempre que posso, leio sobre o assunto. Tenho até um livro,doado por minha irmã Luce, com o título Manifesto pelos Direitos dos Animais, de Rafaella Chuahy (Editora Record).A obra me chama muito a atenção, leio como se fosse uma bíblia. Fico estarrecida com as barbaridades que se cometem contra os animais em rodeios, vaquejadas etc.

Blog- O que mais lhe incomoda na sua cidade em relação ao descaso com os direitos animais?

R- Tudo me incomoda. Acredito que todo cidadão sente o mesmo que eu. O descaso, principalmente, como os animais de tração são tratados. É triste vê-los sujeitos a uma jornada de trabalho exaustiva, sem que se leve em conta a saúde deles, o peso conduzido, a seleção de carga (que não existe),os maus-tratos a que são submetidos como chicotadas, açoites e todo tipo de barbárie. Uma crueldade. Minha mãe fica em estado de desespero e creio que, como ela, outras pessoas devem sentir o mesmo. Uma espécie de indignação.É terrível assistir a tudo isso e não poder fazer nada.A tristeza maior ocorre nos dias de feira da cidade. Os pobres animais trabalham debaixo de um sol escaldante, sem intervalos, com sede, fome...

"Os animais de feira merecem toda preocupação"

Quando lecionava na faculdade local, mais especificamente no curso de Biologia, trabalhava essas questões com os alunos, sempre sensibilizando-os para o lado da proteção e dos direitos dos animais.
Outra coisa que merece destaque é a criação de pássaros em gaiolas e a venda deles em feiras livres.

Blog- Quais ações vc já encampou na sua cidade para mudar esta realidade?? e como esta a situação hoje?

R-Quando lecionava na faculdade, fizemos um trabalho muito interessante com entrevistas, fotos e outros recursos. Foi agendada uma audiência com a promotor de Justiça, mas, infelizmente, não fomos recebidos e tudo ficou na estaca zero.

Blog- O que mais pode ser feito ?

R- Falta fazer tudo, porque, pelo que sei, não existe discussão nenhuma sobre estas questões. A escola tem um papel importantíssimo nesse sentido. É preciso educar o povo, e principalmente, adolescentes e crianças. Um trabalho de conscientização.

Blog-. Considerações finais.

R- Aguardo, ansiosamente, o dia em que os animais possam ter seus direitos assegurados, em minha cidade..É preciso trabalho árduo e envolvimento das autoridades. É necessário que haja muita sensibilidade, e não achar que se trata de uma questão tola, como já ouvi dizer por aqui. Há que se olhar com bons olhos, sobretudo, para os animais de tração. Esses sofrem muito mais.


Existem 3 tipos de pessoas: As que fazem acontecer, as que deixam acontecer e as que perguntam o que aconteceu? (John Richardson Jr)

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