Nossa afinidade com os animais é inata, mas nossa cultura também programa essa relação. Desde o momento em que a criança tem idade suficiente para acompanhar uma história, os protagonistas de seus livros são quase sempre animais. A criança também vê os animais como heróis na televisão, nos desenhos animados e vídeo games, nos brinquedos, no cinema. Crianças de três a seis anos relatam que os animais aparecem em 61 por cento de seus sonhos, uma porcentagem que cai de forma drástica à medida que crescem. Aos nove anos, a proporção é de 36 por cento; aos 14 anos, cai para 20 por cento, finalmente se estabilizando em sete por cento. Entre as primeiras palavras 50 palavras que uma criança usa, sete são nomes de animais.
Na verdade os termos “cachorro” e “gato” figuram no mesmo nível de “papai” e “mamãe” no vocabulário inicial da criança. Em muitos casos, são mais memoráveis do que “suco”, “leite” e “bola”. Os animais dominam o pensamento consciente e inconsciente de uma criança.Atração NaturalOs pesquisadores Aline e Robert Kidd observaram crianças de seis meses a dois anos e meio de idade interagindo com um cachorro ou um gato acionado por pilha e também interagindo com seus próprios cachorros e gatos. Os Kidds constataram que as crianças emitiam mais ruídos, seguravam mais e seguiam mais os animais vivos que os brinquedos.
Quando os pesquisadores observaram bebês de nove meses e suas mães numa sala, primeiro com uma mulher desconhecida, depois com um coelho pequeno, e mais tarde com uma tartaruga de madeira animada, descobriram que as crianças preferiam, disparado, o coelho. Na verdade, preferiam o coelho às próprias mães, engatinhando pela sala em seu encalço, tentando pegá-lo. A atração natural pela interação com os animais também surte efeitos positivos no desenvolvimento mental das crianças.
Robert Poresky, professor de Desenvolvimento Humano e Estudos de Família da Universidade Estadual do Kansas, entrevistou 88 crianças em idade escolar e suas famílias, de cinco creches do Meio Oeste dos Estados Unidos, querendo determinar até que ponto os bichos de estimação influenciavam o desenvolvimento infantil. Descobriu que as crianças de famílias que possuíam animais tinham um nível superior de desenvolvimento cognitivo, social e motor.
Fonte: adaptado de: “O Poder Curativo dos Bichos”, Dr. Marty Becker, editora Bertrand Brasil
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