Defendendo que os chimpanzés são como os seres humanos e não podem viver isolados e enjaulados, os autores da ação alegam que Jimmy sofre maus-tratos e que precisa de uma família para viver feliz. "Isolar é maltratar e ele está numa jaula para exibição ao público. Somos contra a exibição de qualquer chimpanzé. Jimmy está estressado. No santuário, ele terá mil metros quadrados para brincar, correr e ter uma família", afirmou o microbiologista Pedro Ynterian, presidente internacional do Projeto Gap, uma ONG afiliada da entidade internacional Great Ape Project,defensora dos direitos dos grandes primatas.
Presidente da Fundação Jardim Zoológico de Niterói, Giselda Candiotto, contesta o habeas corpus, afirmando que caso Jimmy seja levado para Sorocaba, ele continuará preso. "Como podem falar em liberdade num local que é todo murado, que não tem verde? Se ele fosse transferido para a África, de onde veio, para ter uma família, eu seria a primeira a colocá-lo no avião. O Jimmy já criou um vínculo afetivo com todos nós. O tratamento que damos a ele é altamente humanizado", afirmou Giselda.
Numa cela de 120m2, Jimmy recebe duas alimentações diárias, toma banho todos os dias e faz pinturas. "Ele tem todas as adequações necessárias para a espécie. Ele se alimenta de frutas e folhas, faz atividades de enriquecimento ambiental como a pintura. Toda vez que preciso aplicar algum remédio ou dar vitaminas ele não oferece resistência. Se fosse um animal maltratado, eu não teria esta facilidade", defende o veterinário do zoológico Marco Janackovic.
O julgamento do caso deverá ocorrer em novembro e, de acordo com o desembargador responsável, José Muiños Piñeiro Filho, a causa traz duas questões polêmicas. A discussão se os chimpanzés podem viver em cativeiro, levando-se em conta que são a espécie mais próxima do homem, e a constitucionalidade de um pedido de habeas corpus para um animal
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