Publicado em 27.09.2010- CADERNO AGRESTE
Legislação proíbe sacrifício dos que são encontrados na rua, a não ser em casos de risco à saúde pública
Pedro Romero-promero@jc.com.br
cva-caruau- Bira Nunes - JC Imagem
Nos tempos modernos, cada vez mais se estreitam as relações do homem com os animais domésticos, que muitas vezes são tratados como verdadeiros companheiros. Essa tendência tem favorecido inclusive animais abandonados, que perambulam pelas ruas ou que sofrem maus tratos. Em Caruaru, entidades e iniciativas individuais
dão exemplo de cidadania e servem de ponte para quem quer ajudar, adotando bichos como cães e gatos.
Lei estadual, aprovada recentemente, deu um grande avanço neste sentido, proibindo o sacrifício de animais apreendidos nas ruas, a não ser em caso de perigo para a saúde pública. Na Capital do Agreste, os animais errantes são encaminhados para o Departamento de Controle de Vetores, onde podem passar por tratamento e serem adotados.
Esta semana, 20 deles, entre cães e gatos, estavam disponíveis para ganhar um novo lar. Havia filhotes e animais com algum tipo de deficiência física. “Logo que chegam, ficam em observação, depois podem ser adotados”, diz o diretor do Departamento de Vetores, Gilberto de Dora. No departamento também funciona uma clínica veterinária que faz atendimento gratuito. São cerca de 30 consultas por dia. Também é feita a vacinação antirábica.
Os animais ficam em pequenos canis e recebem alimentação duas vezes por dia. No local, quem quiser ajudar pode escolher entre os vários tamanhos e tipos. No olhar de cada bicho geralmente se encontra uma expressão de solidão, carência e medo. Em outro espaço, conhecido como Curral do Gado, ficam os animais maiores, como jumentos e cavalos, que também podem ser adotados.
A União em Defesa e Respeito à Vida Animal (Uderva), Organização Não Governamental, também faz a ponte entre os animais abandonados e os interessados em adotar. A Uderva, que conta com cerca de 300 sócios, foi criada há três anos e funciona através de contribuições.
Os animais que recebem o apoio da entidade geralmente são recolhidos nas ruas, muitos com ferimentos ou traumas. Ao chegarem, recebem tratamento e são vacinados e esterilizados. Esta semana 13 estavam à disposição para ganhar um novo lar. “Ontem, dois cães foram adotados. Eles fazem parte da minha vida e quando partem a gente sente”, diz Dayse Helena dos Santos, 46, membro da Uderva.
Os animais ficam em canis construídos em um terreno perto da casa dela, no Alto da Banana, e consomem cerca de 160 quilos de ração por mês, além de medicamentos para os que precisam. Dayse conhece todos pelo nome e trata os bichos como se fossem seus filhos. “Os filhos de verdade já estão grandes, então meus filhos agora são eles”, comenta.
Em outro bairro da cidade a autônoma, Socorro Alves Amaral, 54, também trabalha para dar uma vida melhor aos animais abandonados. Para isso usa principalmente o Orkut na comunidade Adotar animais, ato de amor. Ela conta que começou esse trabalho há cerca de dez anos, sempre recolhendo bichos abandonados ou doentes.
Atualmente tem em casa cães e gatos para adoção. Eles também são vacinados e esterilizados. Uma das cadelas está com câncer e faz tratamento duas vezes por mês. Cada sessão custa R$ 50. A iniciativa também funciona através de doações. “Sou louca pelos bichos, abdiquei de tudo para cuidar deles. Mas existem dificuldades de encontrar quem adote, deveria ter mais divulgação”, pontua.
» Serviço: Departamento de Controle de Vetores: (81) 3701-1423, Uderva: (81) 3723-6083 e (81) 9633-5584, Comunidade adotar animais: (81) 9245-3729.
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